AGORA É LEI PARA CASAS LOTÉRICAS TAMBÉM
Casas lotéricas terão de instalar portas giratórias
As 116 casas lotéricas de Goiânia terão 180 dias para instalarem portas giratórias em suas entradas como medida de segurança prevista no Decreto-Lei nº 2040, assinado pelo prefeito Paulo Garcia (PT) no último dia 4. O projeto foi publicado no Diário Oficial de Município uma semana depois e desagrada os empresários do ramo de loterias em Goiânia, que analisam a medida como um retrocesso e inviável.
O fato é que a maior parte dos estabelecimentos na Capital tem dimensões reduzidas e a própria estrutura não comportaria a instalação de uma porta giratória, como se tem nas agências bancárias. Outro fator que desagrada os donos de loterias é que a presença da porta com detector de metais força a contratação de mais um funcionário, que ficaria responsável pela observação de quem passa pelo aparelho.
Este fato aumentaria os custos, como alega Ana Lúcia Rodrigues Resende, proprietária da Central Lotérica, na Praça Boaventura, Setor Leste Vila Nova. Atualmente, o estabelecimento de Ana Lúcia conta apenas com um segurança do lado de fora, responsável pela observação dos clientes. A ideia é que a casa seja expandida nos próximos meses e, enfim, receba a blindagem nos boxes de atendimento.
Ana Lúcia reforça que a colocação de uma porta giratória impediria o movimento dentro da casa lotérica. Se tiver que colocar, do jeito que está, vai ter que entrar um cliente de cada vez e o resto terá de esperar do lado de fora, observa. E é justamente este fato que preocupa a Polícia Militar. O assessor de comunicação da PM, tenente-coronel Anésio Barbosa, argumenta que as pessoas do lado de fora ficam vulneráveis.
Na opinião do tenente-coronel, a sociedade deve pensar na questão de segurança pública de modo a cobrar medidas efetivas, como punições mais efetivas ao criminoso. Enquanto isso não ocorrer, as pessoas estarão sujeitas a perder sua liberdade e não há policiamento ostensivo que garante a segurança em todos os ambientes em que haverá quaisquer pessoas, argumenta.
COMBATE
A presença da porta giratória, deste modo, passa a ser mais um recurso no combate aos furtos e roubos a estabelecimentos comerciais, considerados pela Secretaria de Segurança Pública e Justiça de Goiás (SSPJ-GO) entre aqueles de maior prioridade, incluindo homicídios e roubo e furto de veículos automotores e residências. Fizemos algumas orientações aos empresários no sentido de reforçar a segurança, especialmente como a blindagem dos boxes de atendimento, revela Anésio.
O tenente-coronel argumenta que as duas formas de segurança são válidas, como qualquer iniciativa que houver para dificultar a ação do criminoso, mas ele resalta o tamanho reduzido dos estabelecimentos, que impediria a instalação das portas, e a vulnerabilidade daqueles que ficam na calçada.
SINDICATO
Antônio Roberto Stacciarini, presidente do Sindicato dos Empresários Lotéricos de Goiás (Seloesgo), desconhecia o decreto-lei até a tarde de ontem, quando foi informado pela reportagem.
De acordo com o empresário, os vereadores goianienses não chamaram o Seloesgo para a discussão do tema e para que o setor pudesse dar seu posicionamento.
A reportagem de O POPULAR ligou em cerca de 20 casas lotéricas em diversos bairros da Capital e, em todos os estabelecimentos, os empresários alegavam a falta de espaço para a colocação das portas ou mesmo a desnecessidade.
O presidente do Seloesgo relata ainda que a maioria dos empresários que optaram pela porta giratória há pouco tempo preferiram trocar o aparelho de segurança pela blindagem dos boxes, sob a argumentação da comodidade dos clientes.
Antônio Stacciarini afirma esperar por maior conhecimento da lei e, após isso, verificar o que pode ser feito judicialmente ou por outro caminho para que a obrigatoriedade das portas seja cancelada.
FONTE: O POPULAR
Postado dia: 20/09/2012
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