Após tragédia, Fórum terá revista pessoal em São José
Esquema de segurança montado para que prédio reabra na segunda inclui ainda o funcionamento dos detectores de metais e apoio da PM; todos passarão pelo equipamento, desde público em geral até juízes
Xandu AlvesSão José dos Campos
Policiais militares farão revista pessoal para controlar a entrada no Fórum de São José dos Campos a partir da próxima segunda-feira, quando o prédio será reaberto ao público.
Fechado desde a tarde da última quarta-feira, quando um advogado e sua cliente foram baleados no saguão do prédio, o Fórum terá medidas emergenciais de segurança para ser reaberto.
A Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal e agentes de trânsito serão utilizados para tornar mais rigorosa e controlada a entrada no prédio, que fica na região central de São José.
Instalados há cinco anos e fora de operação por falta de funcionários, os detectores de metais serão ligados com apoio da PM.
Servidores do Tribunal de Justiça farão a primeira triagem nos dois equipamentos, que atenderão separadamente o público em geral e advogados, juízes e funcionários. Todos terão que passar pelos portais.
O sistema funcionará parecido com o das agências bancárias. No caso de identificação de metais, os funcionários orientarão a pessoa a depositar objetos de metal antes de passar debaixo do detector pela segunda vez.
Se mesmo assim o equipamento apontar a existência de metal, dois guardas civis municipais usarão detectores portáteis para checar os objetos.
Em se mantendo o sinal de metais, a pessoa será levada para uma sala reservada e passará por uma revista feita por um policial militar.
Haverá um homem e uma mulher para atender, distintamente, o público masculino e o feminino. A busca pessoal seguirá procedimentos já adotados pela PM.
“A verificação será discreta e em um local reservado para não constranger”, disse o coronel Leônidas Pantaleão Santana, comandante da PM na região.
Medidas. A triagem é a principal medida adotada pela direção do Fórum de São José após o tiroteio que causou a morte do advogado José Aparecido Ferraz Barbosa, 62 anos.
Armado com um revólver, Sérgio Marcondes dos Santos, 49 anos, entrou no prédio e baleou, no braço, a ex-namorada Maria Aparecida de Siqueira, 42 anos, além de ferir um policial militar. Ele foi morto por outros policiais militares.
A tragédia provocou uma onda de protestos de entidades ligadas ao Direito e levou o TJ a suspender o atendimento ao público.
O diretor do Fórum, José Loureiro Sobrinho, se reuniu anteontem com a Polícia Militar e o prefeito Eduardo Cury (PSDB) e pediu apoio.
Além de policiais e guardas civis, agentes de trânsito fiscalizarão o tráfego de veículos na rua Paulo Setúbal, em frente ao prédio. Eles multarão quem estacionar em local proibido.
“Queremos manter um perímetro de segurança ao redor do prédio”, explicou Sobrinho, que contará com uma empresa terceirizada de segurança armada a partir de 15 de agosto.
Os vigilantes foram contratados pelo TJ. “Desde que assumimos a direção do TJ, no início do ano, a segurança dos fóruns passou a ser prioridade”, disse João Galhardo, juiz assessor da Presidência do TJ.
Além da segurança patrimonial, segundo ele, os prédios ganharão circuito de vigilância por câmeras. Em São José, contudo, o sistema só será implantado no novo prédio do Fórum, no Jardim Aquarius, cuja inauguração está marcada para 9 de novembro.
Paliativo. Na avaliação do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São José, Júlio Rocha, as medidas são um paliativo e não resolvem o problema. “Não é ofício da PM nem da Guarda vigiar o Fórum. São ações temporárias até chegada da vigilância armada, essa sim ideal.”
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